Usar chupeta? Até quando?

Usar chupeta? Até quando?

Usar chupeta? 

Embora seja desaconselhado o uso de tetinas ou chupetas no bebé amamentado, até que a lactação esteja bem estabelecida (o que habitualmente ocorre até à 2ª-3ª semana de vida do bebé), é um facto que a chupeta é um acessório usado pela maioria dos bebés.

Uma das primeiras funções que o bebé apresenta é a capacidade de sugar, na mama, na tetina, no dedo ou na chupeta. O ato de sucção é um mecanismo associado à necessidade de satisfação afetiva e de segurança, ajuda o bebé a acalmar-se e promove o seu desenvolvimento emocional. É também através do movimento de sucção que o bebé desenvolve os músculos da face, permitindo o crescimento das estruturas oro-faciais.

Se optar pelo uso de chupeta convém saber que para cada faixa etária existe um tamanho de chupeta recomendado, que deverá corresponder ao tamanho da boca da criança.

Mas afinal quando se deve retirar a chupeta?

 

A idade limite para abandonar a chupeta situa-se entre os dois anos e meio e os três anos, fase em que normalmente as crianças abandonam a necessidade de sucção e completam a dentição de leite. Se este hábito permanecer muito tempo após a referida idade, principalmente depois da erupção dos dentes, maior é o risco de prejudicar o desenvolvimento da criança.

A utilização prolongada da chupeta poderá provocar várias alterações de oclusão dentária, tais como mordida aberta ou protrusão dos incisivos superiores, falta de força (tónus) nos músculos orais, projeção da língua para a frente, palato alto e estreito e respiração oral. Estas alterações poderão influenciar a forma como a criança respira, mastiga, engole e fala.

Dicas para retirar a chupeta

 

Deve-se planear a retirada da chupeta de forma gradual, potenciando sempre o desenvolvimento emocional saudável. É importante evitar os traumas e que a criança sinta a retirada da chucha como uma “perda”. Numa primeira fase, os pais devem conversar abertamente com a criança, avisando-a de que está quase a chegar o dia de deixar de usar a chucha. Nesta fase, a chupeta não deverá estar sempre disponível e acessível, reduzindo-se assim os contextos de utilização da mesma. Deve-se usar e abusar da fantasia! Quem sabe a “fadinha da chucha” não vem buscá-la durante a noite? A criança pode deixar o objeto sob a almofada e encontrar uma pequena recompensa no dia seguinte. Poderá também propor-se a troca da chupeta por algo mais adequado à idade.

Em situação de crise (choro, sono, birra…) é importante não ceder, nem desesperar! Existem outras formas de conforto, através de abraços, beijinhos, carinhos, cócegas, boneco de peluche, uma fralda, valorizando sempre o comportamento de “menino(a) crescido(a)”. As “chupetas de reserva” guardadas em gavetas, em casa dos avós ou na creche, deverão igualmente desaparecer.

Rita Botas

Terapeuta da Fala

Clínica Crescendo

 

Fontes bibliográficas:

ROMBERT, J. (2013) O gato comeu-te a língua? Lisboa, A esfera dos livros.

CUNHA, V. L. (2001) Prevenindo problemas na fala pelo uso adequado das funções orais: Manual de Orientação. São Paulo, Pró-fono.

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