Desafios da transição para o 1º Ciclo
Desafios da transição para o 1º Ciclo … um passo de gigante
A decisão sobre a melhor idade para a transição para o 1º Ciclo de Escolaridade, não é tarefa fácil para a maioria dos pais, porque decidir se o(a) filho(a) reúne as competências básicas ou se beneficiaria com mais um ano em Jardim de Infância, está envolto num manto de grande responsabilidade e, em muitos casos, é vivido com enorme angústia.
Esta tarefa pode ser ainda mais árdua quando nos remetemos à idade que a criança apresentará na data da transição. Habitualmente as crianças transitam para o 1º ciclo entre os 5 e 7 anos, contudo, existem diferenças consideráveis no desenvolvimento de uma criança de 5 anos comparativamente com uma de 6 anos e o mesmo acontece entre as crianças com 6 e as de 7 anos. Estas diferenças não se situam apenas na estatura e competências motoras, mas sobretudo no domínio cognitivo, comunicação e linguagem, sócio emocional e autonomia pessoal.
É inegável que muitas crianças com 5 anos estão aptas para a integração no 1º ciclo, contudo, em muitas outras os pais percebem mais tarde que deveriam ter esperado mais um ano, podendo daqui advir consequências negativas que interfiram com o sucesso do percurso escolar.
Existem, assim, elementos fundamentais a considerar na transição para o 1º ciclo, a saber:
-não apenas a idade cronológica da criança, mas sim o seu perfil global de desenvolvimento e a maturidade emocional;
-a opinião do(a) Educador(a) de Jardim de Infância, caso frequente uma instituição, sobre as competências e características da criança;
-a Escola Primária que irá frequentar (p.ex: condições do espaço físico; projeto pedagógico; atividades complementares; número de funcionários);
-a forma como a família da criança encara a transição, crenças e opiniões sobre o tema, expectativas face ao desempenho da criança, a capacidade de ajustamento dos elementos do agregado à nova realidade que se irá impor, entre outros;
– finalmente a Comunidade em geral onde o agregado se insere, uma vez que a rede de suporte social é fundamental.
Assim, muitos são os desafios que se colocam às crianças em idade escolar, e subsequentemente às suas famílias, sendo essencial uma reflexão e ponderação sobre as implicações da transição não só para a criança mas também para a sua família.
Quando as dúvidas persistem e não existem consensos torna-se importante procurar ajuda no sentido da obtenção de uma avaliação da criança mas, também, no apoio aos pais/cuidadores para que possam expressar as suas preocupações ou anseios e obtenham algum conforto.
O ingresso no 1º ano de Escolaridade deve ser um momento de crescimento, sentido como positivo e enriquecedor para a criança, onde a curiosidade e o interesse pelas novas aprendizagens são o motor do conhecimento.
Lúcia Oliveira
Psicóloga
Clínica Crescendo
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