Gastroenterite aguda

Gastroenterite aguda

Pediatra Clínica Crescendo

Dra. Joana Gaspar – Pediatra

Gastroenterite aguda – Riscos e Tratamento

Com a chegada do Verão importa relembrar os principais sintomas e o tratamento recomendado nas gastroenterites agudas (GEA).

A GEA consiste na ocorrência de diarreia (fezes mais líquidas ou aumento do número diário de dejecções), podendo ter (ou não) febre e vómitos associados. A maiorida das vezes é causada por vírus, e o contágio faz-se de pessoa-a-pessoa (facilitado em ambientes como escolas, creches ou infantários) ou através de alimentos contaminados. Na Europa estima-se que crianças com idade inferior a 3 anos tenham cerca de 0,5 a 2 episódios por ano.

Apesar da existência de vacinação disponível em Portugal como adicional ao Programa Nacional de Vacinação, a vacina anti-rotavirus apenas proteje as crianças contra este virus específico , havendo muitos outros que podem causar a mesma doença.

A GEA é geralmente benigna e autolimitada, ficando resolvida sem necessidade de tratamentos específicos em menos de 7 dias.

Riscos da Gastroenterite

O principal risco é a desidratação, que ocorre quando os vómitos e/ou a diarreia são muito frequentes e a criança não consegue ingerir líquidos suficientes.

Os sinais de desidratação a vigiar em casa são:

– Nos bebés pequenos – redução do número de fraldas com urina (“xixi”) ao longo do dia dia, chorar sem lágrimas, bebé muito quieto/prostrado, fontanela (“moleirinha”) deprimida, olhos encovados ou perda de peso.

– Nas crianças mais velhas – a sede intensa, língua pouco húmida ou seca e a prostração.

Tratamento da Gastroenterite

O tratamento baseia-se em medidas gerais, visando sempre a hidratação:

– Oferecer líquidos com açúcar e sais minerais (idealmente soros de rehidratação oral) ao longo do dia.  Se tiver vómitos frequentes, optar por dar 1 colher de chá de 5 em 5 minutos. Evitar bebidas como coca-cola ou ice-tea (que podem agravar a diarreia).

– Nas crianças pequenas o aleitamento materno não deve ser interrompido, e as fórmulas para lactentes não devem ser diluídas.

– Podem tentar-se refeições ligeiras e de fácil digestão (cozidos, grelhados, estufados simples), em pequena quantidade e com intervalos curtos entre elas, respeitando o apetite da criança (não forçar a alimentação!).

Por vezes, se a diarreia for muito intensa, o médico pode aconselhar ainda a utilização de probióticos para regularizar o trânsito intestinal.

Regra geral NÃO estão aconselhados antibióticos para tratamento da GEA, nem medicamentos para “parar” a diarreia.

Durante a doença pode ser necessária observação por um médico se a criança apresentar os sinais de desidratação já descritos, se recusar em aceitar os líquidos durante algumas horas, se estiver sem urinar durante  mais de 6 horas seguidas, ou se os vómitos e/ou diarreia forem em grande quantidade ou tiverem sangue.

Como medida geral, nunca é demais relembrar que a lavagem das mãos é uma das principais medidas de prevenção da propagação destas infecções!

Joana Gaspar

Pediatra

Clínica Crescendo

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