Socorro….Insectos!

O verão também é sinonimo de incómodo com os insectos. Causam desconforto em miúdos e em graúdos!

As lesões de picada são frequentemente pruriginosas e dolorosas, o que motiva muitas vezes a procura dos cuidados de saúde.

Existe ainda o risco de infecção associada à escoriação (coçar), o risco de transmissão de infeções por alguns mosquitos (principalmente nas regiões tropicais) e o risco de reacção alérgica grave, requerendo esta última situação cuidados imediatos.

A palavra de ordem é neste caso a Prevenção. A maioria dos insetos tem o seu pico de atividade ao amanhecer e ao entardecer, sendo esses os momentos em que as medidas de proteção devem ser mais rigorosas.

Neste artigo vamos dar-lhe dicas de como proteger as crianças deste incómodo:

Barreiras Mecânicas

Utilizar vestuário de cor clara (de preferência branca, para facilitar a visualização dos insectos), com manga comprida, meias e calças.

Utilizar redes mosquiteiras nas janelas e sobre os berços (rede milimétrica com 7 malhas por cada centímetro). As redes mosquiteiras poderão ser impregnadas com permetrina.

Sempre que possível, os locais deverão estar equipados com ar condicionado, uma vez que o ar refrigerado afugenta mosquitos e outros insectos) e as portas e janelas manterem-se fechadas.

Insecticidas

Pode aplicar inseticidas dentro de casa, em spray ou difusor. No caso do spray deve aguardar o tempo estipulado pelo fabricante após a aplicação antes de entrar na divisão. Esta medida mata os insetos que se encontram na divisão. Para manter a casa sem insectos podem também utilizar-se difusores de insecticida electricos ou a pilhas.

Repelentes

Os repelentes devem utilizar-se quando for previsível a exposição aos insectos. São geralmente muito eficazes contra mosquitos, moscas, pulgas e carraças. Os repelentes atuam formando uma camada de odor repulsivo para os insectos. Existem diversos produtos repelentes, devendo ter atenção que existem diferentes níveis de proteção e idades recomendadas para cada produto. Leia sempre as recomendações de utilização dos produtos que adquirir ou peça conselho ao pediatra ou farmacêutico.

Os produtos à base de óleos naturais e plantas, são em geral, menos eficazes tendo um breve período de ação(ex. Citriodiol, citronela). Mesmo sendo de base natural são igualmente tóxicos, pelos que os cuidados de aplicação devem ser mantidos.  O óleo de citronela não é recomendado abaixo de 6 meses de idade.

As pulseiras contendo repelente ainda não têm eficácia comprovada.

O uso de repelentes obedece a algumas normas para minimizar o risco de reacções adversas (irritação ocular, dermatites, urticária ou alterações neurológicas):

– aplicar apenas na pele exposta.

– Aplicar repelente na roupa.

– Evitar produtos com elevadas concentrações.

– Não aplicar repelente nas mãos das crianças, para evitar o contacto com a boca e os olhos.

– Nunca pulverize o produto directamente sobre a cara (coloque o produto nas mãos, espalhe cuidadosamente no rosto da criança evitando áreas junto aos olhos ou boca e de seguida lave cuidadosamente as mãos)

– Não aplicar o repelente sobre feridas ou em pele irritada. Em caso de ocorrer alguma reacção lavar a pele e se necessário consultar o medico e informar que repelente usou.

– Não inalar, ingerir ou permitir o contacto com os olhos. Em caso de ingestão não induza o vomito e contacte o centro de intoxicações. Em caso de contacto com os olhos lave abundantemente com água corrente ou soro.

Para aplicação em crianças, prefira produtos em roll-on, creme ou gel, em vez de spray, pois este facilmente entra em contacto com os olhos e mucosas da criança, sendo absorvido e, por isso, tóxico. Aplique uma fina camada de produto e apenas na pele exposta e íntegra. É importante respeitar o tempo de aplicação recomendado pelo fabricante já que as reaplicações frequentes poderão ser tóxicas. Quando o repelente já não for necessário deverá lavar a pele da criança com água e sabonete, para assim reduzir a absorção dos produtos pela pele.

Em caso de picada mantenha a ferida limpa e seca. Vigie o aparecimento de sinais locais de inflamação (vermelhidão, inchaço, dor, calor). Pode administrar um anti-histamínico oral para o prurido ou analgésico para a dor. Se a criança ficar com febre ou com dificuldade em respirar deve ser de imediato observada pelo médico.

Laura Martins

Pediatra

Clínica Crescendo