Os bebés e a pilinha

Os bebés e a pilinha

Para a maioria dos pais a pilinha do bebé constitui o foco de muitas questões. Não é raro surgir logo nas primeiras consultas a dúvida sobre puxar ou não a pele da pilinha.

Muitas vezes são os pais ou avós que acham que tem que puxar a pele da pilinha, caso contrário a criança terá que ser operada e esse é um conceito errado, um mito.

O prepúcio

Muitas vezes os pais ficam com receio porque o orifício parece pequeno. E é!

De facto existe uma fimose (um aperto) que é fisiológica. A glande do bebé está protegida para não sofrer agressões decorrentes do contacto com o xixi e o cocó do bebé. À medida que a criança vai crescendo, o prepúcio (pele que cobre a glande) segrega uma substância branca, chamada esmegma, que vai fazendo a separação do prepúcio da glande.

Na maioria dos meninos essa separação ocorre até aos 2-3 anos, mas noutros a separação total só ocorre na adolescência. Só quando essa separação ocorre é que se torna fácil puxar a pele toda para trás.

O erro principal

Puxar a pele da pilinha dos bebés e das crianças que usam fraldas é um erro. O prepúcio está colado à glande nas idades precoces, sendo isto fisiológico ou seja perfeitamente normal.

Ao puxar a pele podem provocar-se inflamações (balanites) ou fissuras que ao cicatrizar condicionam estenoses e fimoses e essas sim podem requerer cirurgia. Por outro lado a pele do prepúcio pode ficar presa e não voltar à posição inicial – uma situação grave chamada parafimose – e isso é uma verdadeira urgência. Se tal acontecer, a criança deve ser observada pelo médico para resolver a situação com a maior brevidade possível.

Nas situações em que a fimose fisiológica se mantém geralmente resolve-se com a aplicação de creme com corticóide. Raramente é necessária uma cirurgia, ou seja, a circuncisão.

Portanto, enquanto a criança usa fralda o melhor é lavar a pilinha como outra parte do corpo, sem puxar a pele ou forçar.

Laura Martins

Pediatra

Clínica Crescendo