Displasia da Anca

Dr. Pedro Jordão – Ortopedia Pediátrica Clínica Crescendo

Doença Displásica da Anca

Na criança em desenvolvimento, para que exista uma correta formação da articulação da anca, é necessário que a cabeça do fémur se mantenha dentro do acetábulo (estrutura óssea da bacia que se articula com a cabeça femoral). A perda desta normal relação anatómica faz com que o acetábulo tenha um desenvolvimento deficiente, fazendo com que a articulação seja instável numa fase precoce ou, mais tarde, venha a sofrer alterações degenerativas precoces.

Factores de risco e sinais

Existem fatores de risco para desenvolver esta doença: criança do sexo feminino, baixo peso à nascença, apresentação pélvica durante o terceiro trimestre de gravidez, história familiar de displasia da anca, entre outros menos frequentes.

Os sinais clínicos que fazem suspeitar da existência desta doença são: uma limitação de abertura das ancas, alteração da profundidade das pregas inguinais internas, alteração do comprimento dos membros inferiores, sensação de instabilidade da anca ao mobilizar a articulação de uma forma controlada.

Diagnóstico e tratamento da displasia da anca

O diagnóstico inicialmente é feito através de uma ecografia que permite avaliar a posição da cabeça femoral em relação ao acetábulo, as características do acetábulo em formação e verificar em que circunstâncias a anca se torna instável. Depois dos 6 meses a avaliação da anca é realizada através de radiografias.

Quando a displasia da anca é detetada precocemente o tratamento tem uma elevada taxa de sucesso com recurso a aplicação ortóteses de abdução (aparelhos que mantêm os membros inferiores em abdução, posição em que a cabeça femoral fica contida no acetábulo). Quando é detetada tardiamente (depois dos 4-6 meses de idade), a taxa de sucesso do tratamento sem recurso a cirurgia diminui consideravelmente. O tratamento da criança com displasia do desenvolvimento da anca deve ser realizado até que a anca adquira a morfologia normal. Este tratamento pode passar por intervenções cirúrgicas adequadas ao tipo de deformidade da articulação e do grau de maturidade da criança.

Pedro Jordão

Ortopedista Pediátrico

Clínica Crescendo