Cefaleias – Informação aos pais
O que são cefaleias ?
As cefaleias são dores de cabeça, afetam pessoas de todas as idades e são uma queixa frequente na criança e adolescente. As cefaleias mais frequentes na criança são a enxaqueca e a cefaleia de tensão.
Não são queixas raras na criança: A prevalência das cefaleias varia de acordo com os estudos e com o tipo de cefaleia. Podem atingir os 3-8% nas crianças com 3 ou mais anos de idade, 19,5% nas crianças com 5 anos e 37-51% aos 7 anos, com maior frequência nos rapazes antes da puberdade e nas raparigas depois da puberdade. Na faixa etária dos 13-15 pode atingir os 70-80%.
Como se faz o diagnóstico das cefaleias?
O médico na consulta faz perguntas à criança e aos pais sobre as características das dores de cabeça e realiza um exame físico que inclui o exame neurológico. Na enxaqueca da criança a duração da dor pode ser muito inferior à do adulto e pode localizar-se na região frontal, a criança fica pálida, com “olheiras”, pede para se deitar, pode vomitar, fica prostrada, o sono melhora a cefaleia
Por vezes a criança não sabe especificar se o ruído ou a luz incomodam mas pelo seu comportamento podemos tirar algumas conclusões (“fecha os olhos”, “manda apagar a luz” e “desligar a televisão”, “pede para ir dormir”…) .A criança mais pequena pode não se queixar de dor de cabeça e a manifestação pode ser só “fica mais pálida”, “mais quieta”, “não quer comer”, “tem dor de barriga”.
É muito importante fazer um registo com mais pormenor das características das cefaleias (o médico pode pedir para fazer um “diário“). Nalgumas crianças pode ser necessário fazer alguns exames como TAC / RMN cerebral, estudo do líquor (punção lombar) etc.
Qual a causa das cefaleias na criança e adolescente?
Na enxaqueca parece estar relacionado com alterações no cérebro e causas genéticas. A maioria das crianças com enxaqueca tem outros familiares com o mesmo problema. Se ambos os pais tiverem história de enxaqueca há 70% de probabilidade de um filho desenvolver enxaqueca. Se só um dos pais tiver o risco desce para 25%-50%. Relativamente às cefaleias de tensão as principais causas são situações de stress a nível escolar ou familiar, depressões, etc.
No grupo das cefaleias secundárias as causas podem ser várias mas as mais frequentes na criança e adolescente são as relacionadas com quadros febris de causa viral (constipações, gripes). Outras causas: sinusite, faringite, otites. As causas que mais preocupam os pais e os médicos são os tumores e as meningites. Menos de 1% das crianças com cefaleias tem tumores.
Que factores podem precipitar uma crise de enxaqueca?
Podem identificar-se alguns factores: stress, ansiedade, depressão, alterações no padrão de sono, luzes e ruídos intensos, alguns alimentos e bebidas, excesso de exposição solar, etc
Como se tratam as cefaleias na criança e adolescente?
O tratamento vai depender entre outros factores do tipo de cefaleia, da intensidade, da frequência e da idade da criança. O tratamento das cefaleias primárias consiste em:
Educação da criança e familiares de forma a identificar e evitar possíveis factores precipitantes, definir uma “higiene de vida”: hábitos de sono regular, horários de refeições, hidratação, exercício físico.
Tratamento da dor na fase aguda (geralmente usam-se os mesmos medicamentos analgésicos dos adultos mas em doses mais baixas, ajustadas ao peso da criança, sempre prescritos pelo médico ex: paracetamol, ibuprofeno).Os analgésicos devem ser dados logo no início da dor e nas doses corretas. Na fase aguda procurar um local silencioso e com pouca luz e se possível dormir (o sono na criança pode ser suficiente para resolver o episódio).
- Tratamento profiláctico (usado diariamente por um período de tempo com o objectivo de diminuir o número e intensidade dos episódios).Este tipo de tratamento exige seguimento regular na consulta.
Quando se deve consultar o médico pelas dores de cabeça?
- Se a dor de cabeça é intensa e nunca teve essas características.
- Se a criança acorda durante a noite com as dores.
- Se a dor é localizada na parte de trás da cabeça.
- Quando as queixa de cefaleias são frequentes.
- Se a criança tem menos de 6 anos.
- Quando há alteração das características habituais das cefaleias (por exemplo:mais frequentes, mais intensas)
- Quando se associam a outros sintomas como febre, vómitos frequentes, alterações da visão, alterações do comportamento, dificuldades na marcha etc.
- Sempre que os pais estejam preocupados ou com dúvidas.
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